Imagem: Internet/Reprodução |
Na véspera da votação da denúncia contra o presidente
Michel Temer e dois de seus ministros, o presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira, ao ser questionado sobre sua
relação com o governo, que em política não há “amiguinhos”.
Maia acabava de chegar à Câmara na tarde desta terça,
após audiência com Temer, quando foi questionado sobre sua relação com o
Planalto e se seguiriam “amiguinhos para sempre”.
“Em política não tem amiguinho, muito menos para sempre”,
disse o presidente da Câmara a jornalistas.
Maia negou, no entanto, que os recentes atritos com o
governo pautem qualquer atitude sua no comando da Câmara.
“Eu não vou nunca tomar uma atitude na Câmara porque ele
falou uma coisa que eu não gostei”, ponderou. “Eu não misturei o meu conflito
político com a minha ação como presidente da Câmara.”
As rusgas entre Maia e o Planalto ficaram evidentes
quando, visivelmente irritado, o presidente da Câmara reclamou da atuação de
ministros palacianos para filiar parlamentares dissidentes do PSB, cobiçados
pelo DEM, ao PMDB.
Em um episódio mais recente, Maia trocou duras
declarações com o advogado de defesa de Temer por conta da divulgação de vídeos
da delação premiada do empresário Lucio Funaro no site da Câmara.
Antes de saber que o conteúdo havia sido publicado pelo
site da Casa, o advogado Eduardo Carnelós classificou o fato como um “vazamento
criminoso”. Maia, por sua vez, o chamou de incompetente.
Depois, Temer colocou em prática uma operação para apagar
o incêndio e convidou Maia para uma conversa. Mas a divulgação de informações
sobre o teor do encontro trouxe nova crise à relação.
Maia irritou-se com a tese propagada por auxiliares do
presidente segundo a qual a conversa servira para tratar do rito da votação da
denúncia, prevista para quarta-feira.
O presidente da Câmara divulgou uma nota dura,
referindo-se à versão como “falsa” e defendendo que o autor da tese “precisa
repor a verdade dos fatos”.
Nesta terça-feira, Maia garantiu que tais episódios são
“irrelevantes” para condução dos trabalhos na Casa.
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